Apresentação
Tomei para minha pessoa a responsabilidade de ser o guardião do acervo do jornal O Nível que meu pai (Alaôr) deixou na sua biblioteca desde 24 de outubro de 1999 (data do seu falecimento).
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Consegui junto com minha mãe e meu irmão Alexandre transferir alguns livros de sua biblioteca para Itaocara.
Biblioteca específica para os estudos do Alaôr de onde saíram algumas obras escritas pelo mesmo.
Nesses anos como guardião passava por minha cabeça: uma hora cupim come tudo, outra hora as traças vão devorar esse jornal, já com algumas páginas com rastro dos insetos. Páginas com mais de 100 anos. E aí?
Aí me dava aquela sensação de vamos resolver.
Temos que digitalizar, fazer um site para colocar o jornal na rede onde as pessoas terão acesso. Arranjar um profissional para fazer tudo isto e legalizar o site.
E então me perguntava qual seria o custo disso? Site, digitalização, pesquisas, legalização? Procurava saber:
Era tantos reais.
Vou ter que tirar de onde?
Não dá!
Então eu adiava, adiava, e lá se vão vinte e dois anos.
Bati o martelo em 2022. Vou colocar tudo em prática. Tenho que colocar esse jornal na rede. Estou envelhecendo!
- As escolas vão pesquisar.
- As famílias vão se encontrar nas leituras.
- Os cidadãos vão entender como o município funcionava naquele tempo. Como eram as publicidades.
- A coluna social.
- As colunas de artes e cultura.
- A coluna de esportes.
Então mãos à obra.
Contratei os profissionais para executar o projeto. Comecei a procurar como um garimpeiro. Lembrando a citação do Pe. Serafim Leite (Historiador).
“Estas miudezas de histórias, pesquisando-as semanalmente nos diversos “cartórios” do mundo. Mas outras miudezas acharão ainda quem vier depois de nós. É humano ou como dizia Colombo “andando mais, mais se achará”. (Tirado do livro Itaocara – Uma Democracia Rural. Autor: Alaor Eduardo Scisinio)
Comecei a achar coisas interessantes a respeito de Itaocara como: Fotos antigas, alguns documentos, cartas, exemplares e outros jornais do momento.
Onde comecei a chamar Baú do Jornal O Nível.
O jornal O Nível foi fundado em 17 de setembro de 1905 por Eduardo Scisinio de Araújo. Seus filhos; Aristides Scisinio de Araújo e João Scisinio de Araújo como tipógrafos, seu genro, Adalberto Ferreira Dias como redator e administrativo, e Eduardo o proprietário e redator chefe.
O jornal existiu até março de 1927 data do seu falecimento.
Consegui juntar do Ano I de 17/09/1905 até o ano XXI de 15/09/1926, foram extraviados os anos IX, X e XVII e XXII.
Em 06 de março de 1955, os seus netos Alaôr Eduardo Scisinio e Eduardo Scisinio Dias voltaram a publicar o jornal “O Nível” que foi até o ano de 1959.
Eduardo se desliga por motivos profissionais na capital do estado do Rio de Janeiro e vendeu ao primo Alaôr. Ficando este como proprietário e responsável do jornal por cinco anos.
Temos os exemplares de Nº 1 de 06/03/55 ao Nº 51 de 26/08/1956.
Os exemplares até o ano de 1959 (quando fechou o jornal) para ir para capital fazer o curso de Direito na UFF. Foram extraviados os exemplares de 1957 a 1959.
O neto do Eduardo Scisinio de Araújo, José Scisinio Bucker atuou no jornal com uma coluna de artes no 2º período de existência do jornal O Nível.
Agora Mozart Eduardo Scisinio (bisneto de Eduardo) é o responsável pelo site do jornal O Nível.
Agradeço a Deus por meu pai preservar este acervo por mais de 100 anos, para apreciarmos fragmentos do nosso passado.
Obrigado pai!
Espero resgatar um pouco da história do município de Itaocara estimulando a outros Itaocarenses a colocarem os seus acervos na rede web para que possamos apreciar, pesquisar e estudar o nosso passado.
Nem sempre o que nos foi contado é o definitivo. O site estará aberto para colocarmos coisas novas, correções e indicações de alguns acontecimentos.
Mozart Eduardo Scisinio
Arquiteto e Urbanista
Nasc. em 06/01/1956
Pequena História de Itaocara
Frei Tomás não teria fundado o aldeamento que se transformou em Itaocara, e esse topônimo nada tem a ver com a serra da Bolívia. A Aldeia da Pedra, primeiro nome de Itaocara, existia, não se sabe se com essa denominação, bem antes da doação das duas léguas de terra feita por Dom Marcos aos jesuítas representados por Frei Tomás. Toledo Piza, relatando os primórdios deste município, diz que Frei Tomás, já estabelecido em São Fidélis, percorrendo em longas jornadas os sertões que marginavam o Paraíba, em visita aos vários agrupamentos indígenas por ali espalhados, conheceu um cacique e procurou captar suas simpatias. “Realizando esse desejo Frei Tomás acompanhou-o indo por várias aldeiazinhas, todas povoadas de indígenas” e notou a dificuldade de os sujeitar à Aldeia de São Fidélis, edificando, então, com os índios uma capela.
Quando se fala em aldeia ou de índios aldeados, diz-se de índios fixados em determinado lugar, com suas casas (ocas), terreiros e suas tabas. Está em Aurélio que aldeia é “pequena povoação, de categoria inferior a vila, povoado, “povoação rústica constituída exclusivamente de índios”, maloca.
Quando, pois, Frei Tomás fixou-se à Aldeia da Pedra (que tinha esse nome) em razão, talvez, da Serra da Bolívia que lhe fica fronteira, já encontrava a povoação com seu cacique que o frei batizou com o nome de capitão José da Silva, em homenagem ao bispo D. José da Silva Coutinho, continuando, pois, o índio como chefe, com a graça de Deus e a benção da Igreja.
O nome da aldeia mudara para Vila de São José de Dom Marcos. Os índios rejeitaram esse nome Dom Marcos, aceitando, mais ou menos o de São José de Leonissa da Aldeia da Pedra, mas continuaram usando-o abreviadamente, ou seja, Aldeia da Pedra.
Quando da criação do município, este recebeu o nome de Itaocara que disseram ter sido sugerido por Ferreira da Luz, médico e poeta gaúcho, político radicado em Miracema, mas que Heitor Bustamante, historiador paduano, autor de “Sertão dos Puris”, reconhecendo, embora ser aquele deputado um conhecedor da língua tupi, nega-lhe a autoria da ideia, pois dele estando afastado de forma radical o governador Portela, este não aceitaria nenhum topônimo sugerido por seu inimigo.
Talvez seja, também, de bom alvitre, desmentir seja o topônimo em Itaocara originário do penhasco existente à margem esquerda do Rio Paraíba, em território do antigo distrito Itaocarense de Pedro Corrêa, nome do município de Aperibé, pois todos os tupinólogos, a começar por Aluís Antônio Pimentel em “Topônimos tupis de Niterói”, afirmam que Itaocara quer dizer cercado de pedra, terreno lajeado. Roemão da Silva ensina que é cerca ou cercado de pedra e Teodoro Sampaio diz ser terreno ou praça empedrada, provido de ita, yta=pedra e ocara, cerca, praça, pátio, e não de ita=pedra, penhasco, e ocara significado aldeia ou conjunto de casas (ocas). Em “Itaocara – Uma Democracia Rural”, Alaôr Eduardo Scisinio Macuco de Araújo curso a esse erro de Silveira Bueno e de Ferreira da Luz, sem aboná-lo, pois naquele trabalho, malgrado repetir o erro, invoquei os acertos de Antenor Nascentes e Teodoro Sampaio...

Vista panorâmica de Itaocara em 1879
Aquarela de Aristides Scisinio de Araújo – Aldeia da Pedra
Imprensa em Itaocara
Teria sido “Arrebol de Leonissa” o primeiro jornal de Itaocara “de formato pequeno e de vida que não teve longa duração”, na informação do historiador Toledo Pizza.
Em 6 de março de 1886, Pedro Gomes e Fileto de Oliveira e Silva fundaram “O Leonissense”, que circulava aos sábados. Entre os colaboradores desse segundo jornal de Itaocara estava Serafim Martins dos Santos Lima, fundador e primeiro presidente do Congresso Dramático Leonissense que teve na sua estreia discurso do Professor Fileto.
Em janeiro de 1895, Raul Gouvêa fundava o jornal “A Ordem”, órgão oficial da Câmara Municipal, presidida naquele ano por José Joaquim da Cruz Braga e que fora o 2º intendente da Aldeia e Delegado do Município na intendência de João José de Sá. O jornal foi empastelado. As máquinas jogadas ao Rio Paraíba e não mais circulou.
Em 14 de julho de 1907, surgiu o jornal “A Imprensa”, que era outro órgão oficial da Câmara Municipal, presidida pelo Cel. Antônio Alves Pitta de Castro (Cel. Tota Pitta). Esse jornal era dirigido por Américo Fontes. “O Nível”, de 21 daquele mês, saudou-o com estas palavras: “Dando-lhe as boas-vindas, desejamos que, como prometeu em seu artigo programa, “pugne pela prosperidade deste torturoso município”.
Em 18 de janeiro de 1912 saiu “O Itaocara”, dirigido por João Henrique Lima, tendo como redator-chefe Dr. J. Otílio Gama. Era um jornal político situacionista, com a mesma orientação do seu antecessor “A Imprensa”.
Em 17 de setembro de 1905, Eduardo Scisínio de Araújo fundou O Nível, que circulou sob sua direção até a data de sua morte, ocorrida em 1927. Foi um grande jornal de Itaocara, formando com o Leonissense e O Lidador os três maiores jornais do município. Escreviam nele o seu genro e co-administrador Adalberto Ferreira Dias, Alexandre Brasil de Araújo, trazendo semanalmente poesias de Nicolau Mary, Altino Moraes e Amélia Thomás (poetas cantagalenses), Natércia Guaraciaba, Ramon Alonso e muitos outros. Cel. Eduardo Xavier Vahia de Abreu, fundador do primeiro Clube Republicano de Itaocara, farmacêutico e político de grande prestígio, falecido em 1º de agosto de 1914, amigo Dr. Batista Laper e de Quintino Bocayuva, graças a quem foi criado o Distrito de Estrada Nova, reuniu o Diretório do Partido Republicano e resolveu criar o jornal A Reação, lançado em 14/07/1907, sendo redatores Eduardo de Abreu, Alfredo Toledo e Eduardo Scisínio, cabendo a direção a João Pereira da Silva. À proposta do Sr. Eduardo Abreu, de constituir-se O Nível, órgão do partido, desistindo-se da fundação da nova folha, objetou Eduardo Scisínio, que disse desejar manter o programa inicial de O Nível, conservando o seu caráter de órgão dedicado exclusivamente ao trabalho, reprodutor dos ideais e sentimentos pessoais de um pequeno grupo de amadores das letras e livre das preocupações partidárias que constituem a vida dos jornais políticos”. O Nível continuará a agir como até agora o tem feito, não conhecendo correligionários nem adversários nas manifestações de fatos, ideais e sentimentos.
O Nível, de 21/10/1917, Nº 4, anunciava a existência do jornal O Momento que o cumprimentava pelo aniversário ocorrido no dia 17. Em 17 de março de 1929 apareceu A Cidade de Itaocara, dirigido pelo itaocarense Humberto Moraes, advogado e tendo como colaboradores Alexandre Brasil e Nicolau Mary.
Antes de Cidade de Itaocara circularam dois jornais de vida bastante efêmera, dirigidos por Manoel Teixeira Campos: O Lábaro e A Gazeta Municipal.
Em 20 de setembro de 1924 surgiu o jornal infantil O Garoto, dirigido por Manoel David, gerenciado por José David e que fora fundado pelo talentoso jovem Sebastião Dionísio Maiatto, que o dirigiu no primeiro ano.
Em agosto de 1922 circulava o 1º número de O Agente, dirigido e redigido por Vicente Borges Pinheiro Júnior, que com ele estreava no jornalismo. O jornal era impresso em sua Tipografia Boa Esperança, situada em Chave do Lontra.
Esse jornal viveu por um ano. Em 15 de novembro de 1921 o mesmo Vicente Borges Pinheiro Júnior fundou com Alexandre Brasil O Lidador, cujo último número (uma edição especial com 12 páginas circulou em 15 de agosto de 1954, sob a gerência de d. Odaia Guimarães Pinheiro (d. Téia), por ter o Sr. Vicentinho falecido a 29 de julho daquele ano, morrendo com ele um idealista nascido em Itaocara em 1883.
Após a morte do Lidador, reapareceu o O Nível, por mais cinco anos, sob a nossa direção, Alaor Eduardo Scisinio e Eduardo Scisinio Dias.
Em 1959, sob a direção de Abel Henriques Viegas e redação-chefe de Nélson Fontes Beiro, surgiu o Jornal de Itaocara. Seu cabeçalho trazia desenho da ponte feito por Darcy Ferraz. Foi um jornal de pequena duração, mas bem feito e altamente noticioso.
Em junho de 1963, com a direção de Gamaliel Borges Pinheiro e secretariado por Manoel Pereira Alves, surgia o jornal Inúbia Itaocarense, trazendo em sua primeira página esta legenda: “Um jornal independente a serviço de Itaocara”. Era um jornal mensário social, noticioso e cultural com a coluna “Raposo no Society”, escrita por José Carlos Raposo.
Em 1971, ressurgiu, em sua 3ª fase, O Nível sob a direção dos professores Getter Lannes e Paulo César Rimes. Durou 10 meses.
Antes do nascimento do Lidador surgiu O Regenerador, dirigido por Humberto Soeiro de Carvalho e editado na gráfica de propriedade do Sr. Cid Pinto Leite.
O Distrito de Laranjais teve A Sentinela, em 1926, O Trabalhador, em 1928, e O 2º Distrito, todos dirigidos por Cid Pinto Leite, que editou ainda o jornal A Mocidade, orientado pelo também itaocarense Wálter Castro, jornalista e líder ativo em nosso município, chefe em Laranjais da antiga Ação Integralista Brasileira.
Três Irmãos, ao tempo em que pertenceu a Itaocara, sediando o 3º Distrito que incluía Portela, teve o jornal A Luz, que começou em 1915, sendo os seus redatores os Srs. Antióquio e Ezequiel Aguiar.
Estrada Nova possuiu dois jornais: Em 21 de março de 1912, circulou o primeiro número de O Labor. O farmacêutico republicano Aurélio Vahia de Abreu (mais tarde médico com clínica em Estrada Nova) foi o seu fundador, tendo como redator Aristides Pereira. Esse primeiro número trazia a história de Estrada Nova reproduzida no O Nível de 24 de março daquele ano. Em agosto de 1883 aquele distrito já publicava o primeiro número de outro jornal, O Gaturamo.
A Luta era o nome do jornal editado em Portela.
Circularam vários pequenos jornais de feição jocosa e crítica dos quais teria sido precursor o Patusco, que Toledo Pizza informa ter sido impresso nas oficinas do Leonissense, e, por isso mesmo, no século passado. Nesse gênero, O Garoto, em sua segunda fase, quando recebeu colaboração do jovem Carlos Moacyr F. Souto, foi o de mais longa duração. Em 06/04/1918, O Nível anunciou o aparecimento de O Violeta, dirigido por Oliveira Reis, que veio concorrer com outro jornalzinho existente, chamado Binóculo, dirigido por Alcino Brito, irmão de D. Lolinha Machado. Alcino Brito era membro da Academia Cristã de Letras. Poeta e escritor, fez parte do movimento modernista de 22. Historiador, jornalista, estudioso do Esperanto, era um especialista em seguridade, tendo sido delegado do Brasil na II Conferência de Seguros realizada no México, em 1948. Faleceu em São Paulo em 12/10/1982.
A partir de 31 de março de 1971, o Prefeito Faria Souto fez editar, quinzenalmente, o Boletim Informativo e Oficial da Prefeitura de Itaocara – BIOPI, que supriu a falta de jornais nos últimos anos e se constitui num rico repositório de informações da história política, econômica, administrativa e social de Itaocara, trazendo ainda a medida da cultura e do sentimento artístico da gente itaocarense. O BIOPI, dirigido pelo próprio Prefeito Faria Souto, recebeu a colaboração inestimável do Dr. Mílton F. Burger, que foi o seu redator-chefe, emprestando ao periódico oficial o seu talento, a sua capacidade de valoração dos fatos e a força do seu trabalho. A coleção do BIOPI, além de ser um espelho da vida de Itaocara, é uma obra literária do mais alto valor.
Itaocara orgulha-se de seus filhos jornalistas que têm militado em vários jornais, sempre com a preocupação de elevar o nome da sua terra. Dentre eles, podemos citar Evandro Marinho Salles que, com auxílio de Lisandro Serrão, dirigiu também um jornal entre nós; Kléber Leite, atual Presidente da Academia Itaocarense de Letras, advogado de nomeada, ex-Consultor Jurídico da Prefeitura Municipal, poeta, tendo sido o redator-chefe de Gazeta de Itaocara, jornal de Reginaldo Batista, sediado em Campos e colunista do Centro Norte com trabalhos publicados que têm servido de fonte para nós; Tânia Erthal, colunista social do Jornal de Itaocara de 1980, sediado no Rio de Janeiro, dirigido e administrado por Wenes e Jocimar Barros; Willian Rimes, comentarista social e esportivo; Sônia Martins, Dr. José Brás, Carlos de Araújo Brasil e outros cujos nomes nos escapam.
No ano de 2001 surgiu o jornal A Nova Voz, dirigido pelos irmãos Ronald Tompson e sua irmã Cristiane Tompson, o jornal foi impresso e distribuído até 2019, hoje o jornal é online.
Hoje em Itaocara, só existe um jornal impresso, fundado e dirigido por José Geraldo Cardoso e que circula semanalmente em Itaocara e regiões vizinhas.
Em 17 de setembro de 1905, Eduardo Scisinio de Araújo fundou O Nível, que circulou sob sua direção até a data de sua morte, ocorrida em 18 de março de 1927. Foi um grande jornal de Itaocara. Escreviam nele o seu genro e coadministrador Adalberto Ferreira Dias, Alexandre Brasil de Araújo, trazendo semanalmente poesias de Nicolau Mary, Altino Moraes e Amélia Thomás (poetas cantagalenses), Natércia Guaraciaba, Ramom Alonso e muitos outros. Cel. Eduardo Xavier Vahia de Abreu, fundador do primeiro Clube Republicano de Itaocara, farmacêutico e político de grande prestígio, falecido em 1º de agosto de 1914, amigo do Dr. Batista Laper e de Quintino Bocayuva, graças a quem foi criado o distrito de Estrada Nova, reuniu o diretório do Partido Republicano e resolveu criar o jornal A Reação, lançado em 14/07/1907, sendo redatores, Eduardo de Abreu, Alfredo Toledo e Eduardo Scisinio, cabendo a direção a João Pereira da Silva.
A proposta do Sr. Eduardo Abreu, de constituir-se. O Nível, órgão do partido, desistindo-se da fundação da nova folha, objetou Eduardo Scisinio, que disse desejar manter o programa inicial de O Nível, conservando o seu caráter de órgão dedicado exclusivamente ao trabalho, reprodutor dos ideais e sentimentos pessoais de um pequeno grupo de amadores das letras e livre das preocupações partidárias que constituem a vida dos jornais políticos, O Nível, continuará a agir como até agora tem feito, não conhecendo correligionários nem adversários nas manifestações de fatos, ideias e sentimentos. Formando com o Leonissense e o Lidador os três maiores jornais do município.
Do senador Júlio Veríssimo Santos, chefe político de Cantagalo, o diretor de O Nível recebeu a seguinte mensagem:
“Eduardo,
No próximo dia 17 fará anos o teu apreciado jornal – O Nível – e desejo ser um dos primeiros a saudá-lo enviando-lhe os meus parabéns, como personificação que és do pequeno, mas já sobejamente conhecido órgão da opinião pública de Itaocara.
Bem orientado, modesto, incapaz de descer à vileza ou de retaliar o insulto ou violência. O Nível é o espelho do teu próprio temperamento, do teu bom coração, do teu caráter franco sem jactância leal e puro sem os refolhos de convenção e reservas mentais.
Faço sinceros votos para que o povo de Itaocara te retribua em proventos e animação aos esforços e sacrifícios, com a mesma solicitude e interesse que mostra na defesa de seus direitos e do seu progresso.
Abraço-te, bem como a teus auxiliares, concitando-os a persistirem no afanoso empenho de até agora, sem esperar outra recompensa além da consciência de estar sendo útil aos seus concidadãos.
Adeus, pois, e para adiante. Receba um abraço apertado de seu amigo de sempre.
Júlio Santos (Sogro do Eduardo)”
O Nível – Jornal cheio de Itaocaricidade, chamado para combater o despotismo, a tirania, as aristocracias, a monarquia, o sectarismo, pugnando pela socialização dos nossos recursos, pela igualdade pela liberdade e pela fraternidade em nosso município.
Com a morte de Eduardo Scisinio, seu filho Aristides, recebera a gráfica do jornal O Nível. O longo período de covalência de Aristides fez com que repassasse parte da gráfica ao seu amigo fraterno Cid Leite que já possuía uma modesta oficina, editando o pequeno jornal “A Sentinela”.
Aristides Scisínio de Araújo, durante sua vida em Itaocara, esta notável figura humana se destacou pela generosidade. Era espírita praticante, desenvolvia em Itaocara um notável trabalho social ao lado de vários irmãos do centro espírita.
Foi genial nos mais diversos campos da arte: Pintura, música e teatro. Sua obra cultural, social e familiar ultrapassa o seu tempo. Hoje quando comemoramos o conterrâneo de seu nascimento, encontro nos livros, nos depoimentos de pessoas que o conheceram, relatos unânimes da grandiosidade do seu caráter.
Voltado em 1917, junto a vários jovens, fundaram o “Clube Recreativo Coelho Neto”, votado às atividades teatrais.
Itaocara, dezembro de 1993
- José Carlos Raposo
Aristides Scisinio de Araújo (1893-1993) curador da mostra de pintura.
20 de dezembro de 1993 a 16 de fevereiro de 1994.
Espaço Cultural Caixa Econômica Federal
Bibliografia
1 – Discurso de Alaôr Eduardo Scisinio. Posse na academia Itaocarense de Letras na cadeira Nº 6 patrônica de Aristides Scisinio de Araújo. Em 29 de março de 1988.
2 – Letras no Ar
Autor: Alaôr Eduardo Scisinio 1994
Editora: J. Figueiredo – Niterói – RJ
3 – Itaocara Uma Democracia Rural
Autor: Alaôr Eduardo Scisinio 1990
Editora: Imprensa Oficial
4 – Aristides Scisinio de Araújo 1893-1993
Centenário de Nascimento
Autor: José Carlos Raposo
Curador da Mostra de Pintura de 20 de dezembro de 1993 a 16 de fevereiro de 1994.
Dirigentes do jornal O Nível
Eduardo Scisinio de Araújo, nasceu em Estrada Nova, em 5 de julho de 1863 e faleceu em 18 de março de 1927, filho de Leonel Francisco de Araújo e Eduarda Maria de Moura, falecida em 1865, quando ele tinha dois anos de idade. Casou-se em primeiras núpcias com Augusta Santos, filha natural do Dr. Júlio Veríssimo da Silva Santos e, em segundas núpcias, com Adelaide Belém de Araújo (Deia). Era oficial da Guarda Nacional, no posto de Major. Fundou a Loja Maçônica “Ponderação”, da qual foi o 1º Venerável. Fundou e dirigiu “O Nível”, jornal que circulou de 17/09/1905 até março de 1927.
Em 1890 foi nomeado, por ato do governo, curador de órfãos da comarca de Cantagalo, e pelo decreto 10º do mesmo ano foi nomeado escrevente para o Cartório de Casamentos recentemente criado em Cantagalo. Grande advogado e grande orador. Jornalista combativo, corajoso, independente e culto. Autor de dois livros: “Quatro Crimes Numa Noite” e “Altivez”, este, impresso em 1905 no Jornal do Comércio, abordando o problema do negro a cuja raça pertencia. Quando os políticos perpetravam violência contra o grande jornalista Eduardo Scisinio para intimidá-lo, empastelando o jornal, depredando máquinas, ele, no dia seguinte, punha o jornal na rua sob os aplausos da população, com a mesma verve, com a mesma coragem, dando os mesmos brados, divulgando os mesmos ideais. Os seus adversários desistiram, tributando-lhe as homenagens que eram devidas. Foi prefeito de Itaocara de 1901-1903. Presidente da Câmara com funções executivas. Foi o Arauto de Itaocara. Difundiu a cultura e semeou o saber. Foi orador do povo itaocarense. Foi advogado da pobreza e dos desprotegidos da política, que durante longos anos assim se dividiu: de um lado, o governo e os chefes políticos. Do outro o povo. O Nível e Eduardo Scisinio de Araújo, é nome de rua em Itaocara. É patrono da cadeira nº 9 na Academia Itaocarense de Letras. Patrono da Academia Cantagalense de Letras. É patrono do Grêmio do Ginásio João Brasil. É nome que pronuncio com o mais profundo respeito e admiração e que temos invocado em momentos difíceis (Alaôr Eduardo Scisinio).
Ao iniciar sua puberdade, muda-se com sua família para Cantagalo, onde começa a escalada rumo aos objetivos maiores que nortearam seus horizontes.
Em Cantagalo, ele foi trabalhar no escritório do Dr. Júlio Veríssimo da Silva Santos, jornalista dos mais brilhantes, jurisconsulto ilustre, importante homem da sociedade e membro de uma das mais distintas famílias Cantagalenses.
Representou por várias vezes a sua região, não só na Assembleia Legislativa como no Senado Federal exercendo o mandato por algumas legislaturas.
Deputado Estadual de 1892 a 1895, interrompeu o mandato legislativo para assumir a cadeira na Câmara Federal, em vaga decorrente da morte do Dr. Ferreira da Luz, eleito pelo 8º distrito. Obteve a reeleição para Deputado Federal nas legislaturas de 1895 a 1898, de 1899 a 1901, de 1902 a 1905, de 1924 a 1926 e de 1927 a 1929.
Eleito para o governo do estado Dr. Feliciano Sodré. O Dr. Júlio Santos foi eleito senador, cargo que exerceu de 22/09/1929 até o fechamento do congresso em 11 de novembro de 1930.
Fora do matrimônio, o Dr. Júlio Santos teve com Carolina, moça escrava criada por Dona Joana Cacemira, duas filhas, cuja paternidade reconheceu, sendo delas seu tutor e até contemplando-as com legados em seu testamento, do qual foi testamenteiro o seu filho, Dr. Júlio Veríssimo Sauerbronn Santos Filho, são elas: Augusta Santos de Araújo e Carolina Santos Marques.
Eduardo ainda jovem, passando horas no escritório do Dr. Júlio e relendo autos de processos, compulsando livros jurídicos, ele luta para deixar as claras os fatos encobertos, sempre de olho no futuro. Dez anos passou ali lendo e estudando da gramática aos clássicos, destes à literatura francesa, língua que aprendeu sem professor e desenvolveu em contato direto com sinhozinho Macuco, seu parente que falava fluentemente o francês.
Neste período, aos 21 anos, por volta de 1884, casou-se em primeira núpcia com Augusta Santos de Araújo, lhe dando três filhos: Aracir Scisinio de Araújo, Guiomar Scisinio de Araújo e Aristides Scisinio de Araújo.
Augusta veio a falecer 40 dias após o nascimento de Aristides.
Eduardo, viúvo, com dificuldades deixa Aristides aos cuidados de uma mucama, mulher de poucos recursos, pagando-lhe uma mesada pelos serviços prestados.
O tratamento dispensado ao Aristides era péssimo, o que levou Ana Belém, conhecida da família desde Estrada Nova, a pedir para cuidar do menino.
Esse gesto abnegado foi a mola que impulsionou à segunda núpcia com Adelaide Belém de Araújo (Deia), filha de Ana Belém, dando-lhe quatro filhos: João Scisinio de Araújo, Maria Augusta Scisinio de Araújo, Alice Scisinio de Araújo e Abner Scisinio de Araújo.
Neste período, era oficial da Guarda Nacional no posto de Major. Fundou a Loja Maçônica Ponderação, da qual foi o 1º Venerável no posto hierárquico de cavaleiro de Kadosch no grau 33.
Em 1890 foi nomeado, por ato do governo, curador de órfãos da comarca de Cantagalo, e pelo decreto 100 do mesmo ano foi nomeado escrevente para o Cartório de Casamentos recentemente criado em Cantagalo.
Com os conhecimentos adquiridos no escritório do Dr. Júlio Veríssimo Santos e como escrevente conseguiu permissão da ordem dos advogados do Brasil para advogar em Itaocara como advogado provisionado (rabula).
Mudou-se para Itaocara fundou e dirigiu o semanário O Nível que circulou de 17/09/1905 até março de 1927. Ele saiu do anonimato e pôde voar com seus ideais.
Negro com pequena estatura, franzino, grande advogado e grande orador. Jornalista combativo, corajoso, independente e culto.
“O homem não vale o que aparenta mas sim o que pensa.”
Jean-Jacque Rousseau (Filósofo Francês)
E disso Eduardo sabia bem, usando o pensamento como instrumento para abrir frestas, atalhos e caminhos no mundo “branco”.
Com isso costurava palavras, alinhava frases, expunha seus pontos de vista, mesmo que fossem contra a opressão política, exercida na época por Nilo Peçanha. Eduardo jamais se concordava ou calava contra a opressão.
Exposto a irrisão pública, diante da passividade do povo itaocarense pelo qual lutou e morreu, chega a ser preso por não se submeter aos ditames políticos que lhe eram impostos. Preso e conduzido à Cambuci. Mas lá, do mais alto dignitário até os mais humildes cidadãos se irromperam contra a violência que lhe fora impingida, ele então subtraído das mãos dos policiais e levado sob aplausos ao hotel como hóspede ilustre.
Ele era o primeiro a chegar à redação do jornal. Mantinha o mesmo estilo. Correto em seu terno de casimira, os colarinhos e os punhos lustrados de goma, gravata borboleta, sapatos luzidios, um chapéu de feltro mole na cabeça, que trazia sempre ereta, Eduardo Scisinio de Araújo dava a quem o visse, uma agradável impressão de asseio moral e cívico.
Podia caminhar pelos sessenta, mas ninguém, de certo, lhe dava mais de 40 anos. Os bigodes fartos, tinha-os bem cuidados ao estilo da época. De estatura mediana, de voz firme e um orgulho imenso que fazia aumentar-lhe a estatura, eis o homem e os sintomas de seu flagelo.
Este retrato impressionista de Eduardo Scisinio e alguns fragmentos da vida do Eduardo, a neta Ana Bucker ouviu contados por sua vó Guiomar Scisinio Bucker, que se orgulhava muito de ser sua filha.
Morreu em 18 de março de 1927. O seu sepultamento, ocorrido com honras maçônicas por ter atingido o grau máximo da ordem, deu-se em Estrada Nova, indo o féretro, com enorme acompanhamento, de Itaocara até aquela vila, não permitindo o povo que a urna possa ser levada senão pelas mãos dos amigos até a última morada. Em Estrada Nova, a família Vahia de Abreu não permitiu que fosse inumado em outro sepulero, senão naquele em que estava o corpo do grande amigo seu, o republicano Eduardo Xavier Vahia de Abreu!
É nome de rua em Itaocara – Centro.


Após a morte de Eduardo, seu filho Aristides se associou à empresa gráfica
Nivel = Lidador.
Bibliografia
- Itaocara, Uma Democracia Rural
Autor: Alaôr Eduardo Scisinio 1990
Editora: Imprensa Oficial
- Discurso de posse na Academia Itaocarense de Letras – Capital 09 – Patrono: Eduardo Scisinio de Araújo
Autor: Ana Maria Figueiredo Bucker de Jesus
Editora: Letras Itaocarenses – Ano III – Nº 86 – PD do Aniversário – Outubro 1996
- Júlio Santos Filho
E os filhos de Cantagalo 1992
Autor: Alaor Eduardo Scisinio
Editor: OAB/RJ – Departamento de Pesquisa e Documentação
- O município de Itaocara
Autor: Júlio Pompeu de Castro Albuquerque 1929
Editor: Imprensa Nacional – Rio de Janeiro
- O município de Cantagalo
Autor: Desconhecido
Editor: Governo do Dr. Raul de Moraes Veiga – Presidente do Estado do Rio de Janeiro
- Arquivo do jornal O Fluminense (Biblioteca Nacional)

POSSE NA ACADEMIA ITAOCARENSE DE LETRAS,
NA CAD. Nº 06 PATRONIMICA DE
ARISTIDES SCISINIO DE ARAÚJO,
EM 29 DE MARÇO DE 1988.
Era meu propósito marcar esta posse para o próximo ano, pois nele se comemorará o cinquentenário do mais expressivo trabalho artístico produzido em Itaocara e a ela relativo: uma vista panorâmica da cidade, em óleo sobre tela, pintada em 1939 pelo meu saudoso pai Aristides Scisínio de Araújo. Então, o elogio ao patrono – e nisso consiste a imortalidade acadêmica – haveria de se circunscrever a leitura de uma plaqueta com a crítica do quadro, feita pelos mestres de Arte.
Mas o nosso presidente Kleber Leite, antecipou a posse, mesmo sabendo do meu interesse. Quedei-me aos seus argumentos. Curvei-me às suas decisões, sobretudo por querer tributar-lhe as minhas homenagens, sabendo como é difícil presidir uma academia de letras – com a proficiência e zelo com o que ele o faz.
Mas nada acontece sem a força do determinismo, sobretudo em torno do meu patrono (patrono e pai) Aristides Scisínio de Araújo. Espiritualista, estudioso do kardecismo, acreditava ele nas comunicações depois da vida e até nas materializações que praticava com frequência. Esta circunstância nos leva a crer em sua presença aqui, até porque nós o queremos aqui.
Nasceu ele em 25 de maio de 1893 e morreu (fez a passagem para a vida verdadeira – era como ele dizia) em 22 de dezembro de 1951.
Que Natal! O Natal mais longo de minha vida. Talvez também o mais cristão. O sepultamento foi uma lição. Foi um marco. Seu corpo não pôde entrar na Igreja Matriz de São José de Leonissa para ser “encomendado”. Era espírita praticante. Constantemente era solicitado para tocar órgão ou violino nas missas e casamentos bem pagos ou para levar suas filhas Carmem e Zezé a cantarem no coro. Era chamado a pintar as cortinas do sacrário e a restaurar imagens da igreja. Podia entrar...
Mas morto, não podia passar pelos umbrais da Igreja em que recebeu os santos óleos, para receber o mapa do céu, porque era espírita.
E sequer pôde gargalhar como Voltaire, o príncipe da ironia que um dia ressuscitou Jesus, na voz de Junqueira, para com ele percorrer as ruas de Londres, em plena Semana Santa. Mas nós sofremos. Tínhamos na alma o cheiro do incenso. Tínhamos nos ouvidos os sons gregorianos daquele cantochão que nos fazia dormir na Igreja de São José Leonissa. Nossa mãe – Dona Olga – zeladora, católica praticante que compreendia tudo quando mandava a Santa Madre Igreja e o seu ministro de Deus na terra não compreendeu o “cuspir na mão na extrema hora a mesma boca aduladora e ingrata que tantos beijos nela pôs outrora” – como nos versos de Pedro II.
Na nossa candura inocente, na nossa crença de um Deus que nos legaram, na nossa fé no irrealizável, na nossa esperança de sentarmos todos à mão direita do Deus-Pai, todo poderoso, não víamos fechar ao nosso patrono apenas a porta da igreja da qual tinha a chave o Pe. Ananias da Silva Câmara. Víamos fechar – ó visão que o coração esmaga! – a porta de dois batentes que se abre para o esplendor dos céus, onde há querubins soprando seus clarins para anunciar a ressurreição no vale de Josafá, ou para apontar o caminho do paraíso onde Dante colocou sua Beatriz, mas, repitamos, nada é construído pelo acaso.
O meu pai e patrono, de certo, não foi tocado por nada daquilo. Imprudente e habitual pecador como era, talvez pedisse, se tempo houvesse e se não fosse fulminante sua angina pectore, que não desfilassem com ele, ida e volta, só para ir a Igreja, pois ele não gostava dos caminhos de volta e achava um descaminho aquele pelo qual se busca a paz do isopo e a glória do turíbulo.
E tudo aquilo que foi a última lição de sapiência do meu ilustre patrono, de tão curta vida mas de tão longa biografia, porque é grande a sua obra artística, cultural, social e familiar que ultrapassaram o seu tempo, como se vê aqui e agora.
Era um itaocarense menos por nascimento (naquela década Estrada Nova era desanexada de Cantagalo e anexada a Itaocara) e mais por gênese, por tradição e por amor. Nasceu do lar de Eduardo Scisínio de Araújo, advogado e jornalista e D. Augusta Belém de Araújo, esta, filha do Senador do Império Júlio Santos e Carolina Belém Santos, e ele, filho da preta Eduarda com Leonel Macuco.
Eduardo Scisínio, pai do ilustre patrono e também patrono de Cadeira neste sodalício, foi o 7º prefeito de Itaocara, fundador do Jornal “O Nível”, em 1905, que dirigiu até 1927, ano de meu nascimento.
Voltemos ao patrono. Jovem ainda, Aristides Scisínio aprendeu o ofício de gráfico na oficina de “O Nível”, instalada na antiga Rua de Baixo, depois Rua Santo Antônio Nº 39 e hoje Rua Cel. Pita de Castro. Com pouco mais de 18 anos mudou-se para o Rio em busca de mercado de trabalho, levando os seus preparatórios feitos no Colégio do velho Prof. João Brasil, onde teve como seu colega de carteira o Prof. Bittencourt Silva, Coleto Freire e seu irmão João Scisínio, linotipista da Imprensa Nacional.
No Rio cursou o conservatório Nacional de Música e assistiu a cursos na Escola de Belas-Artes.
Em 16 de dezembro de 1917, “O Nível” anunciava o seu noivado com a senhorita Olga, musicista, exímia flautista, moça do mais fino trato, de educação esmerada, filha do médico Antonio Francisco de Araújo Macuco e de Ana Goulart Macuco, esta filha do comendador Galdino José Goulart, da cidade do Carmo.
Em 24 de julho de 1918 ocorreu o casamento, do qual advieram os filhos Maria José, Carmem (falecida), Cimara, religiosa da Congregação do Imaculado Coração de Maria, Sidney (falecido), o orador que vos fala, e Heda (falecida, como Sidney, nos primeiros anos de vida).
O casamento ocorreu na Fazenda da Laje, em Estrada Nova, sendo padrinhos da noiva o Dr. Aurélio Soares de Araújo e Dª Loloya Macuco David e do noivo Thierry Rebel Figueiredo, Francisco Flores e Adelaide Scisínio, com quem, em segundas núpcias, casou-se o Major da Guarda Nacional Eduardo Scisínio de Araújo.
Casado, o biografado foi ser agricultor em Limoeiro, transferindo-se de lá para Cordeiro, onde trabalhou no jornal do João Salgado, “Gazeta de Cordeiro”, completando seu orçamento com o que ganhava com pinturas em cerâmica.
De Cordeiro, mudou-se, em princípios de 1927, para Laranjais, onde montou sua gráfica, vendida mais tarde para seu amigo fraterno Cid Pinto Leite, irmão do farmacêutico e seu compadre Acyr Pinto Leite e pai do nosso confrade e presidente desta Casa, o jornalista, advogado, historiador e intelectual Kleber Leite.
Na tipografia do músico e seu parceiro de composições e execuções Cid Leite, Aristides foi vítima de um disparo ocasional de arma de fogo que teria sido uma das causas remotas de sua crise cardíaca fatal.
De Laranjais, o nosso ilustre patrono retornou à Itaocara, onde deu expansão à sua versatilidade, pois, além de Secretário do Prefeito Octávio Corrêa e inspetor municipal de educação do governo Alcebíades de Carvalho, Aristides Scisínio exerceu intensa atividade musical, tocando piano nas sessões cinematográficas ao tempo do cinema mudo, intercalando no antigo Ita-Cine, com sua amiga, a exímia pianista Pepita Machado.
Pianista de cinema era arte difícil. Exigia criatividade para fazer no piano o sapateado de Carlitos. Reproduzir os sons das cavalarias, executar músicas para as danças e para os lances emocionais, era tarefa reservada aos virtuoses e Aristides e Pepita o eram.
Com a violinista Cecil Chevrand, cantagalense e com suas próprias filhas Maria José e Carmem, realizou inúmeras récitas em Itaocara.
Gostava igualmente das artes cênicas. Traduzia textos de Jean Baptista Poqueline – O Moliere. Falava com entusiasmo de Leopoldo Fróes e ia ao Rio especialmente para aplaudir os grandes astros.
Dirigia com Dª Lolinha Machado um grupo de Teatro amador onde se sobressaíram com atrizes Edyr Machado de Faria Souto, Eli Guimarães, Jacyra Paiva Martins de Souza e Iraci, sua irmã. Ele era diretor, cenógrafo, às vezes sonoplasta e até ponto, sempre exaltando o valor artístico de sua admirada amiga Lolinha Machado.
Ele se realizava na música. Era comum vê-lo, em horas mortas, sentado ao piano e, ali executar trechos da Traviata, sobretudo o brinde, a abertura de Lo Schiavo, a La Habanera da Carmem, de Bizet, árias da Tosca, da Ainda e do Trovador, de Verdi a quem venerava.
Executava músicas de Bethoven (amava a Heróica) e fechava os olhos quando tocava suas sonatas.
São de sua autoria as composições “Cascata”, inspirada numa nascente que existia na pedreira de onde foi extraída a brita para a construção da ponte Ary Parreiras e a canção “Paraíba”, que serviu para o seu teatro, tendo ainda composto músicas de parceria com Cid Leite.
Pintor, deixou um óleo sobre tela com a vista panorâmica de Itaocara, feito em 1939, medindo 2,50m de comprimento, considerado excelente pelo jornalista e biógrafo de Antonio Parreiras, Jefferson D’Avila, que diante da tela repetia: Que Belo! Que extraordinário!
Deixou ainda um óleo com a paisagem do Paraíba, vendo-se no primeiro plano a usina e o terreiro de café do Sr. Genaro Machado e outro óleo também sobre tela com a vista da serra que ele adorava e que era uma constante em seus desenhos, tendo memorizado sua silhueta.
Pintou ainda três aquarelas de uma vista global de Itaocara, em 1875, assinalando o convento dos capuchinhos no local da atual matriz mas com frente voltada ao Paraíba, em estilo colonial, com o templo no térreo e o convento no andar superior. Destaca, ainda, o pequeno prédio em frente de onde hoje está o Hotel de Itaocara e que era o local onde se pagava os dízimos periódicos; a casa onde teria nascido Patápio Silva, no local onde se ergue hoje o prédio em que reside o casal José – Emília Maia Jorge. Dessas aquarelas, uma pertence ao prefeito José Romar Lessa, restaurada pelo artista plástico José Carlos Raposo dos Santos, adquirida da família Viana de Barros e outra pertence ao seu sobrinho Dr. Eduardo Scisínio Dias, nosso amigo e confrade, e a terceira encontra-se em nossa casa, adquirida do saudoso Elias de Carvalho Gama, ex-prefeito deste Município.
Pintou ainda, em aquarela, a vista panorâmica de Santa Rita do Rio Negro, hoje Euclidelândia e que se encontra no Rio de Janeiro, na parede do estradanovense Alceu Toledo Veloso.
Pintou ainda um quadro Sacro “O Bom Pastor” e várias cortinas para o sacrário do altar-mór da Matriz de Itaocara.
É autor de vários desenhos e ilustrações destacando-se o retrato de sua mãe Augusta, um outro da Preta Michaela e a ilustração de um poema do então promotor de Itaocara, membro da
Academia Teresopolitana de Letras, saudoso Durval Passos de Mello.
Aristides Scisinio vivia para servir. Desenvolvia em Itaocara notável trabalho social, ao lado de Alderico Viana de Barros, Blandino Barros, Vi Rocha, Antonio e Lourenço Caldas, Florentino Peçanha, Adhemar Reis, Ignácio Côrtes, Capitão Alexandre Domingues de Abreu, Aristauziro Ferreira e outros irmãos do Centro Espírita mantenedor do Albergue Noturno, transformado no Hospital de Itaocara, onde o biografado dá nome a uma dependência.
Em favor dessa obra realizou inúmeros recitais de teatro com Aurora Machado (dª Lolinha), organizando quermesses, rifas e leilões, fazendo ele os pregões.
Seu elogio dispensaria as linhas acima se não fosse uma indelicada atitude subir a esta tribuna, sob o comando desse dinâmico Kleber Leite, e daqui somente dizer em relação a Aristides Scisínio de Araújo, nome de rua nesta terra:
PINTOU, CRIOU, COMPÔS, AJUDOU, VERSEJOU, PLANTOU.
VIVEU, enfim.
É nome de rua em Itaocara no Centro.
Bibliografia
- Itaocara, Uma Democracia Rural
Autor: Alaôr Eduardo Scisinio 1990
Editora: Imprensa Oficial
- Letras no Ar
Autor: Alaôr Eduardo Scisinio 1990
- BALI – Itaocara 1988

JOÃO SCISINIO DE ARAÚJO – 1895-1980 – Desencarnou em 21 de junho de 1980, tendo nascido em 01 de setembro de 1895, ingressou no espiritismo em 1931, passando a frequentar a Liga Espirita do Brasil, onde fez grandes amizades dedicando-se ao estudo da doutrina.
Participou da diretoria da Liga por vários anos e de inúmeras atividades do movimento espirita, tais como: 2ª CEPA em 1949, 1º congresso da Mocidade Espirita do Brasil em 1948 e da 1ª Semana Espirita do Brasil.
Foi um dos fundadores da Sociedade de Medicina e Espiritismo do Rio de Janeiro e do Hospital Psiquiátrico Pedro de Alcântara.
Linotipista da Imprensa Nacional.
Bibliografia
Os grandes gigantes da doutrina espírita.
Autores espíritas clássicos (biografias).

Adalberto Ferreira Dias – Genro de Eduardo Scisinio de Araújo. Era redator e secretário do O Nível. Foi distribuidor, contador e depositário público.

Alaôr Eduardo Scisinio Macuco de Araújo, nascido em 19/01/1927, faleceu em 24/10/1999.
Filho de Aristides Scisinio de Araújo, tipógrafo, compositor, ceramista, pintor e desenhista e Olga Macuco de Araújo, professora e musicista.
Jornalista, desportista, escultor, contista, poeta, historiador, professor e advogado. Foi casado com a professora Elza Carvalho Scisinio. Filhos: Mozart Eduardo Scisinio, arquiteto e urbanista, casado com a pedagoga Marize Saraiva Lyrio, pais de Tatiane, Terapeuta Ocupacional, casada com o Engenheiro Paulo, pais da Ester; filho Alexandre Eduardo Scisinio, Desembargador, casado com a advogada Magda Donato Scisinio, pais de Tales, advogado casado com a advogada Bruna, pais de Maria Betriz, Mateus e Helena, Mateus, advogado, casado com a advogada Gabriela, pais de Manuela e Alice. Filha Lucia Carvalho Scisinio, Defensora Pública, casada com o Comerciante Marcos da Silva Pontes, pais de Igor, Engenheiro casado com a Administradora Talita, pais de Guido. Aline, advogada, casada com o advogado Luciano pai de Lucas, Tatiana, advogada, casada com o Construtor Alexandre, pais de Haiane e Maria Fernanda, filha Iara Carvalho Scisinio, secretária.
• Professor titular de Direito Comercial da Faculdade Brasileira de Ciências Jurídicas (SUESC).
• Professor titular de Direito Comercial da Universidade do Rio de Janeiro (UFRJ).
• Professor titular de Direito Comercial da Universidade Federal Fluminense (UFF).
• Ex-Chefe do Departamento de Direito Privado.
• Coordenação de pós-graduação de Direito Privado da Universidade Federal Fluminense (UFF).
• Membro do Instituto dos Advogados Brasileiros e seu ex-primeiro secretário.
• Conselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil Seção do Estado do Rio por 9 (nove) mandatos.
• Ex-conselheiro da Associação Fluminense dos Advogados Trabalhistas.
• Fundador e ex-diretor da Escola Superior de Advocacia da OAB-RJ.
• Juiz do Tribunal de Justiça Desportivo por 10 (dez) anos, presidindo aquele órgão por 2 (dois) mandatos.
• Juiz do Superior Tribunal de Justiça Desportivo da Confederação Brasileira de Voleibol em 1973 tendo sido eleito seu presidente.
Integrou as seguintes entidades culturais:
• Academia Brasileira Maçônica de Letras.
• Academias Fluminense, Niteroiense, Itaocarense, Friburguense e Cordeirense de Letras.
• Cenáculo Fluminense de Letras.
• Instituto Histórico de Niterói.
• Instituto Histórico de Alagoas.
• Academia Anapolitana de Filosofia, Ciências e Letras.
• Integrou a International Academy of Letters of England de Grafton Road London – England.
• Academia Itaboriense de Letras, Ciências e Artes.
• Foi Procurador Geral do município de Niterói quando Niterói era capital do estado do Rio de Janeiro.
• Foi Secretário de Cultura do município de Niterói.
Obras Publicadas
1 – Versos Tênues (Poesia), Rio de Janeiro, Jornal do Comércio, 1952.
2 – Três Estágios (Poesia), Rio de Janeiro, Anuário Bras. Literatura, 1962.
3 – Árvore na Gaveta (Poesia), Rio de Janeiro, Ed. Pongetti, 1970.
4 – Um Sertão Diferente (Poesia), Rio de Janeiro, Ed. Achiamé, 1983.
5 – Doce de Pedra (Poesia), Rio de Janeiro, Ed. Achiamé, 1984.
6 – Crônica que te Quero Conto (contos), Rio de Janeiro, Ed. Achiamé, 1985.
7 – De Isabel a Euclides (Discurso e Conferências), Rio de Janeiro, Ed. Achiamé, 1986.
8 – Pesquisa para o álbum Fortalezas e Fortes de Niterói. Desenhos de Miguel Coelho, 1987.
9 – Escravidão & a Saga de Manoel Congo (Ensaio), Rio de Janeiro, Ed. Achiamé, 1988.
10 – Itaocara – Uma Democracia Rural (História), Niterói, Imprensa Oficial do Estado do Rio de Janeiro, 1990.
11 – D’Amor (Sonetos), Niterói, Ed. Cromos, 1991.
12 – Júlio Santos Filhos e os Filhos de Cantagalo (Biografia), Rio de Janeiro, OAB, 1992.
13 – É Outra Vez Primavera (Trovas), Niterói, [s.c], 1993.
14 – Letras no Ar (Discurso e Conferências), Niterói, J. Figueiredo, 1994.
15 – Maranduera Piraquara (contos), Clube de Literatura Cromos, Niterói, 1997.
16 – Dicionário da Escravidão, Léo Cristiano Editorial, Rio de Janeiro, 1997.
17 – Cordeiro – A Realização das Utopias, Imprensa Oficial do Estado do Rio de Janeiro (ed.), 1997.
18 – Um Tupiniquim na Terra do Sol Nascente (uma biografia de Luís Antônio Pimentel) Eduff – Editora da Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ, 1998.
19 – As Maiorias Acionárias e o Abuso do Direito. Editora Forense, Rio de Janeiro, 1998.
20 – Registro da Nota Promissória. Revista Forense, Vol. 240.
21 – Agenda Forense. Indicador do poder judiciário dos antigos estados da Guanabara e do Rio de Janeiro.
22 – Estratagema de um Rábula Metamorfose Editora – 2005. Obra publicada pós morte do autor.
Citado nas Seguintes Obras:
1º – OS DEZ BRASIS
Autor: Jorge Baleeiro de Lacerda
Editora Crapit, 1998
2º – 1695-1995
300 ANOS DE ZUMBI
Autor: Senador Darcy Ribeiro
Cartas: Falas, reflexões e memórias
Editor: Fundação Cultural Palmares 1994
3º – DANÇA DAS CADEIRAS
História da Academia Niteroiense de Letras.
(Junho de 1943 a setembro de 2000.)
OBRA: Wanderlino Teixeira Leite Netto, 2001
4º – PASSEIO DAS LETRAS NA TABA DE ARARIBOIA
Autor Wanderlino Teixeira Leite Netto
Editora Niterói Livros, 2003
5º – LIÇÕES DE DIREITO COMERCIAL VOL. 1
Autores Gilberto Thiengo e Luis Augusto I. Flórido
Editora Forense, 1984
6º - A MAÇONARIA E A EMANCIPAÇÃO DOS ESCRAVOS
Autor: Frederico Guilherme Costa
Editora Maçônica “A TROLHA”, 1999
7º - JUSTIÇA: REALIDADE OU UTOPIA?
Autor: Alfredo Leão
Ed. LTR, São Paulo, 1996
8º - QUER QUE EU TE CONTE UM CONTO?
(Seleção de Contos) Vicente de Pérsia
Ed. Achiamé, 1984
9º - ITAOCARA NOS 500 ANOS DO BRASIL
Autora: Nilza Viegas
Ed. Parceria Editorial, 2000
10º - FRAGMENTOS DA VIDA
Autora: Jaysa Vieira Pinheiro
Ed. Damaya, 2001
11º - PAISAGEM FLUMINENSE
Autor: Jacy Pacheco
Editor: Instituto Fluminense do Livro
Imprensa Oficial – RJ, 1969
12º - A TROVA NO BRASIL (História Antológica)
Autor: Aparício Fernandes
Editor Arte Nova, 1972
13º - VOCABULÁRIO EM TROVA
Autor: Jacy Pacheco
Edições Brinquedo, 1985
14º - SUBSÍDIOS PARA A HISTÓRIA DE UM CALÇADÃO
Autor: Sandro Pereira Rebel
Editora Muiraquitã, 1996
15º - LOUVADOS
Autora: Maria da Conceição Pires de Mello (Manita)
Editora Cromos, 1992
16º - O SUELISTA
Editor: Elos Clube de São Paulo, 1997
17º - ANTOLOGIA POÉTICA
Autor: Marco Aurélio Mello Reis
Edições Galo Branco, 1998
18º - BEIRA-MAR, BEIRA-RIO
Autor: Marco Aurélio Mello Reis
Editora Bola da Noite, 1993
19º - DESDITA DE UM POETA
Autor: Paulo L. Fernandes (Pensamentos)
1996
20º - UMA DISCRETA CONVERSA A SÓS E OUTROS POEMAS
Autor: Gilson Herval da Silva Araújo
Editora Eduff, 1996
21º - TROVAS FLUMINENSES
Autores: Orlando Pereira e Maria Stella de Almeida Moura
Editor: Casa de Cultura Mendes, 1970
22º - COLECIONADOR DE BENQUERENÇAS
Autor: Moacyr Sacramento (Moa)
Editora Valença, 1995
23º - CEM PERFIS COM AMOR & HUMOR
Autor: Fernando Elviro Costa
Editora Cromos, 1992
24º - UMA TRILOGIA NA TROVA
Editor: Academia Pedralva Letras e Arte, 1973
25º - ANTOLOGIA POÉTICA NACIONAL MAÇÔNICA
Autor: Anselmo Figueira Chaves
Editor: Academia Maçônica de Letras, 1980
26º - PRIMEIRA ANTOLOGIA POÉTICA DOS ADVOGADOS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Celu Editora, 1988
27º - ESCRITORES DA UFF
Editora da Universidade Fluminense, 1993
28º - ÁGUA ESCONDIDA
Autora: Neide Barros Rego
Editora CBAG, 1994
29º - ANTOLOGIA POÉTICA
Editora da Universidade Federal Fluminense 1996
30º - ESPÍRITO PRINCIPAL
Autor: José Livio Dantas
Editora Everbooks, 1996
31º - TROVADORES DO BRASIL
Autor: Aparicio Fernandes
Editora Minerva, 1963
32º - É VERBETE DA ENCICLOPÉDIA BRASILEIRA DA DIÁSPORA AFRICANA p. 611
Autor: Nei Lopes
Editora Selo Negro, 2004
33º - É VERBETE DA ENCICLOPÉDIA DE LITERATURA BRASILEIRA
v.2 p. 1226
Oficina Literária Afrânio Coutinho Olac – Ministério da Educação, 1990
Leva o Nome de “Alaôr Eduardo Scisinio”
- Sala de Departamento de Estágio e exame da OAB – Seção Rio de Janeiro
- Biblioteca da Sub-Seção da OAB – Niterói
- Casa do Advogado OAB – Sub-Seção de Itaocara
- Sala da Biblioteca Municipal de Itaocara
- Biblioteca do Centro Comunitário Fernando Nery – Niterói
- Biblioteca do Educandário São José de Leonissa – Itaocara
- Prêmio Jurídico da OAB Seção Rio de Janeiro
Tema: A Ética na Profissão
- Rua em Itaocara Loteamento Jardim da Aldeia.

EDUARDO SCISINIO DIAS. Foi curtíssima a sua gestão à frente dos destinos do município, como prefeito. Mas sua atuação nos diversos setores de atividade foi relevante. Foi auxiliar de farmácia, escrevente, tabelião, advogado, oficial de gabinete do Governador Roberto Silveira e auditor do Tribunal de Contas do Estado.
Filho de Adalberto Ferreira Dias e Aracy Scisinio Dias, nasceu em 29/03/1914. Não há uma obra social, assistencial, educacional ou artística de Itaocara que não tenha recebido a colaboração desse ex-prefeito que marcou sua presença na fundação do Ginásio de Itaocara e fundou, com seu cunhado Antônio Pinheiro, o Ginásio João Brasil. Ajudou a criar a Cooperativa Agropecuária, o Hospital, a Banda de Música, fazendo através da associação que dirigia, doação do instrumental. Levou para Itaocara a 1ª agência de Banco do qual era diretor Nélson da Silva Chaves, entregando a gerência a José Francisco da Rocha. Foi diretor do E. C. São Cristóvão, sócio de cinema, de bar, de jornal (O Nível em sua 2ª fase) e sócio proprietário de todos os clubes. Presidente da Associação Beneficente de Itaocara que construiu o prédio para o asilo na Rua Magno Martins.

JOSÉ SCISINIO BUCKER – Itaocarense, filho de Aristeu Bucker e Guiomar Scisinio Bucker. Nasceu em 24/09/1916 e faleceu em 14/02/1989. Era casado com Lourdes Figueiredo Bucker. Fez os primeiros anos de estudo em Itaocara. Os preparatórios ele os fez em Friburgo, trabalhando na Estrada de Ferro Leopoldina, e cursou Direito em Niterói. Advogou em Itaocara depois de aposentar-se na Prefeitura Municipal onde foi Secretário, exercendo temporariamente as funções de prefeito. Foi juiz de direito na Comarca de Trajano de Moraes, aposentando-se nessa função. Ocupava na Academia Itaocarense de Letras a cadeira patronímica de seu avô Eduardo Scisinio de Araújo e foi sucedido por seu filho o Dr. Paulo Figueiredo Bucker. Deixou quatro livros publicados: Meus netos e eu. Ensaio, 1985.
Sonhos Diletantes e Outonais. Poesias 1985. Flashes de Memórias. Ensaios 1983 e Lembranças de Sempre. 1982. Era desportista, poeta, cronista, fervoroso católico e bom orador. Foi colunista de O Nível em sua segunda fase.
É nome de rua no bairro Jardim da Aldeia.
ZEVAL era o apelido dele.